terça-feira, julho 30, 2013

Péssima notícia

Péssima notícia: um decreto da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, datado de 11 de Julho último e com aprovação do Papa Francisco, obriga os Frades Franciscanos da Imaculada a celebrar a Missa segundo o rito paulino (“Novus Ordo”), impedindo-os de oficiar livremente a Missa Tradicional de rito latino-gregoriano. Deste modo, em relação ao caso concreto dos Franciscanos da Imaculada, está revogado o Motu Proprio “Summorum Pontificum”, do Papa Bento XVI.
Esta nova situação merece-me os seguintes comentários:
1º) Causa-me profunda tristeza que a única Missa Tradicional de rito latino-gregoriano celebrada publicamente aos Domingos, em Portugal, ao abrigo do Motu Proprio “Summorum Pontificum” - exactamente pelos Franciscanos da Imaculada, em Fátima -, esteja agora em risco de terminar de modo abrupto;
2º) Não é suposto que na Igreja, uma sociedade de direito divino, aquilo que ainda há pouco mais de quatro escassos meses era verdade garantida possa hoje ser mentira e vice-versa; a hierarquia eclesiástica não pode governar à maneira dos dirigentes de um qualquer clube futebolístico manhoso, sem palavra, nem escrúpulos. Quando isto sucede, alguma coisa está muito errada no seio da Igreja;
3º) Nunca tive as mínimas ilusões em relação ao pontificado de Francisco; porém, os primeiros meses deste, confesso-o, entorpeceram-me. Hoje, acabou esse entorpecimento: Francisco continua a ser Bergoglio e a agir como Bergoglio sempre agiu. Nada de novo no horizonte, portanto;
4º) Por fim, penitencio-me publicamente por haver defendido neste espaço um acordo prático entre a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X e Roma: os factos são muito teimosos e estão a dar plena razão aos superiores da Fraternidade; enquanto Roma for dominada pela mentalidade modernista, não há outra coisa a fazer que não seja resistir, ademais de… ter a coragem de remar contra a maré, porquanto os modernistas são comprovadamente desprovidos de lealdade e como tal insusceptíveis de qualquer confiança.

1 comentários:

Afonso Miguel disse...

Tendo a concordar com as tuas palavras no ponto 4. A prudência dos superiores da FSSPX está a provar-se brilhante. Deve ter sido muito difícil, especialmente a Mons. Fellay, o grande entusiasta do acordo.

Sem querer nunca duvidar das boas intenções de Bento XVI, a que traições seria agora a Fraternidade sujeita com Francisco? Esperemos apenas que algumas das sequelas do processo não a minem nem dêem lugar a secessões sedevacantistas, mas antes a fortaleçam e a mantenha mais e mais no bom combate.

Julgo, como há muito, que a FSSPX é a única esperança em Portugal. O nosso episcopado é inútil e inimigo nesta matéria e a criação de uma Una Voce não teve, infelizmente, qualquer impacto. Ou a Fraternidade aposta em Portugal ou estamos condenados a não ter nenhuma Missa pública em todo o território nacional. Há que fazer-lhe esse pedido de socorro, por nós e pelos nossos filhos.

Um forte abraço.