domingo, junho 21, 2009

Santa Brígida da Suécia e as "Revelações"


Entre outros livros que ando a ler, e dos quais falarei aqui proximamente, destaco hoje o primeiro volume das "Revelações", de Santa Brígida da Suécia, projecto a que a "Oxford University Press" em boa hora se abalançou - já estão publicados dois dos quatros volumes previstos.

Para além da enorme elevação e edificação espiritual que delas sobressai, causando profunda impressão ao leitor, as "Revelações" mantêm-se hoje em dia tão ou mais prementes do que na época em que foram escritas, a saber, na segunda metade do século XIV, na Suécia medieval, então um reino ainda católico. Na verdade, sendo o homem uma criatura decaída atingida pelo pecado original, característica essa imutável de um ponto de vista ontológico e axiológico, os desafios que se lhe colocam na consecução do seu fim último, no presente como há seiscentos e cinquenta anos, são idênticos - a opção entre o bem e o mal, a escolha entre a salvação para a vida eterna ou a perdição para todo o sempre.

Impressionantes são igualmente as advertências que Santa Brígida faz, através das revelações privadas que teve a graça de receber de Cristo e da Santíssima Virgem, aos homens da Igreja do seu tempo (que entrava então na grande crise dos séculos XIV-XVI), aos maus bispos, sacerdotes e religiosos, admoestando-os com uma severidade que tem aplicação integral aos maus homens da Igreja contemporânea perturbada pelas heresias modernista e progressista.

Por tudo isto e também pelo seu estilo de escrita saborosamente peculiar, é muitíssimo proveitosa a leitura de Santa Brígida, que para além de ser padroeira do seu país, foi outrossim nomeada co-padroeira da Europa, pelo Papa João Paulo II, através do motu proprio "Spes Aedificandi", em conjunto com Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).

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