domingo, maio 17, 2009

"O Senhor do Mundo", de Robert Hugh Benson


Terminei a releitura de "Lord of the World", de Robert Hugh Benson. O autor é um sacerdote católico pertencente à brilhante plêiade de ingleses, na qual se integravam John Henry Newman, Gilbert K. Chesterton ou Hilaire Belloc, que, em finais do século XIX, começos do século XX, se converteram ao catolicismo provenientes do anglicanismo.

Escrito em 1907, "Lord of the World" é um romance premonitório e de antecipação, que em muitos pontos ombreia com o "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro", de George Orwell, ou o "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley. Nele o autor dá-nos a sua visão do mundo num futuro distante cerca de cem anos, ou seja, correspondente aos dias que vivemos. E pode-se dizer que acerta profeticamente no alvo.

Os primeiros anos do século XXI da distopia de Robert Hugh Benson trazem-nos uma sociedade ocidental dominada por uma ideologia humanitarista de cariz jacobino e marxista, onde a cultura da morte impera - a eutanásia é aplicada de modo amplo e irrestrito - e o catolicismo é tolerado no limiar da perseguição. Apenas na Irlanda e na cidade de Roma, esta regressada ao controlo do poder temporal do Papa, tal não sucede. O mundo vive pendente de um conflito Ocidente/Oriente - o Ocidente, composto pelos Estados Unidos e a Europa; o Oriente, o autor subentende tratar-se da Rússia, da China e da Índia.

É neste contexto que surge a pessoa de Julian Felsenburgh: jovem político norte-americano com cerca de trinta e três anos, que após uma meteórica carreira política o ter elevado às mais altas posições públicas do seu país, muito por força do estranho magnetismo que exerce sobre as multidões, consegue solucionar o conflito Ocidente/Oriente, estabelecer a paz universal e tornar-se Presidente do Mundo unificado. Massas ululantes aclamam-no histericamente pelas principais cidades da América e Europa - Nova Iorque, Moscovo, Berlim, Paris, Londres.

Felsenburgh, actuando como Presidente do Mundo, funda uma nova religião humanitária de adoração do homem em abstracto, a qual paulatinamente vai resvalando para a auto-adoração da sua pessoa. A adesão ao novo culto é compulsiva. O conflito estala com o que resta da Igreja Católica. Instaura-se a perseguição e o assassinato generalizado dos católicos. Roma é arrasada num pavoroso bombardeamento aéreo, no qual perece o Papa João XXIV e a quase totalidade do colégio cardinalício. A Presidência do Mundo parece ter o seu triunfo, o qual, todavia, não prevalece durante muito tempo…

Fugidos para a Terra Santa, os dois cardeais sobreviventes do bombardeamento romano (os Cardeais-Eleitores de Inglaterra e da Alemanha) reunidos num conclave improvisado realizado em Nazaré, no qual participa também o Patriarca de Jerusalém, elegem Papa o inglês Percy Franklin, sob o nome de Silvestre III.

Silvestre III inicia imediatamente a reorganização da Igreja pelo mundo inteiro, agora escondida de novo nas catacumbas. Tal notícia provoca enorme fúria a Felsenburgh, o qual supunha haver erradicado definitivamente a "praga" católica. Sabendo que o Papa permanece em Nazaré, ordena a destruição de tal localidade, mediante um novo bombardeamento aéreo. E quando tudo parece perdido para a causa da Igreja, eis que no céu…

Ignoro se "Lord of the World" foi alguma vez vertido para português; mas compreendo perfeitamente por que razão o seu tradutor para espanhol foi o Padre Leonardo Castellani - a Providência tem destas coisas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Prezado,

No Brasil está sendo feita a tradução do livro em capítulos.

http://www.excerptos.blogspot.com.br/

http://estudioaberto.blogspot.com.br/

Se Deus permitir, publicá-lo-emos.

Vivam Cristo e Maria!!!

Anónimo disse...

O problema é que o site é da TFP, seita secreta do Sr Plínio (com culto secreto a ele e a mão dele), o imortal que morreu e deixou como um dos sucessores os Arautos. http://evangelizacionenargentina.blogspot.com.br/ http://www.montfort.org.br/nova-confirmacao-do-culto-delirante-prestado-a-plinio-correa-de-oliveira/