quinta-feira, abril 09, 2009

O episcopado português em estado de heresia e cisma prático

Se dúvidas ainda existissem a este respeito, as mesmas foram dissipadas pelas recentes declarações de vários bispos portugueses, as quais começaram a ser proferidas com estranha sintonia e regularidade depois da viagem do Papa a África: boa parte do episcopado nacional encontra-se em estado de heresia, de cisma prático e de ruptura com o magistério tradicional da Igreja. Não invento nada e limito-me a constatar com objectividade os factos perfeitamente compilados pelo Afonso Miguel, d'"A Tribuna" (ler I, II, III, IV e V). Assim:

- D. Ilídio Pinto do Amaral, Bispo de Viseu, defendeu a utilização de preservativos como forma de prevenir a transmissão da sida e admitiu que o matrimónio, ao menos nos casos de violência familiar, possa ser dissolvido por divórcio;

- D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e da Segurança, sufragou o uso de preservativos para prevenção da sida, bem como a ordenação sacerdotal de mulheres;

- D. Carlos Azeredo, Bispo Auxiliar de Lisboa, admitiu que os católicos votem em partidos que apoiam a legalização dos emparelhamentos de homossexuais, sustentou que o magistério da Igreja tem de evoluir na questão do emprego dos preservativos e manifestou a sua "preocupação" pelo teor da carta que recebeu do Papa a propósito do levantamento das excomunhões dos bispos da FSSPX;

- D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, condescendeu que em casos excepcionais seja admissível o recurso aos preservativos, como modo de profilaxia da sida.

Que dizer? É notória, pelo menos no caso dos três primeiros bispos referidos, uma vontade deliberada de divergir do Papa e de contradizer, em matérias bem determinadas de fé e moral, o magistério constante da Igreja. A este respeito, D. Ilídio até ironizou, afirmando não crer que o Vaticano o "multe" pelas posições que assumiu publicamente.

Pela minha parte, creio que o Vaticano não terá outra alternativa que não seja mesmo a de "multar" os bispos supra indicados, reprovando os seus ensinamentos erróneos e exigindo a sua retractação pública pelo escândalo que causaram. Sob pena, caso contrário, de haver de concluir que tais bispos deixaram de ter condições para exercer publicamente o respectivo múnus episcopal e destitui-los de funções. Em coerência, não poderá ser diferente a reacção de Roma, face ao precedente aberto com a situação de Monsenhor Williamson

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