quarta-feira, junho 09, 2004

A direita sociológica e as eleições

Em face das últimas e cada vez mais desastradas posições do cabeça-de-lista da coligação "Força Portugal", de que nos são dados ecos aqui e aqui, conviria que a direita sociológica que habitualmente vota nos partidos que compõem aquela coligação reflectisse na utilidade de continuar a manter tal orientação de voto, muito especialmente em relação ao PSD.

Que sentido tem tal direita apoiar eleitoralmente um partido que a despreza nos seus valores essenciais ao assumir uma postura política que cada vez mais descarrila para o centro-esquerda, e que nalguns pontos em nada se distingue já da do… Bloco de Esquerda?!...

Sem entrar em assuntos do foro interno, e cingindo-me ao campo meramente europeu, todos aqueles que recusam o federalismo, a integração da Turquia na União Europeia (com o acréscimo de imigração islâmica que a mesma acarreta) ou a consagração do ateísmo como religião oficial da Europa não podem patrocinar eleitoralmente a lista chefiada por João de Deus Pinheiro.

De uma vez por todas, há que fazer sentir que a direita sociológica não é refém de nenhum partido; que não admite que suponham o seu voto como antecipadamente conquistado; e que não tolera que os seus valores possam ser sistematicamente espezinhados no processo de decisão política.

Se uma força partidária quer assumir posturas de centro-esquerda que as assuma, mas que conte apenas com os votos do eleitorado de centro-esquerda, sem quaisquer veleidades em relação a outras áreas do eleitorado.

A direita sociológica deve assim procurar quem efectivamente a represente, defenda e não se envergonhe dos seus valores, mesmo que isso signifique votar não-útil.

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